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Você sabe a diferença entre emoções primárias e secundárias? 





As pessoas não somente são capazes de sentir emoções, como medo, raiva, tristeza ou alegria, mas também de sentir emoções sobre emoções. Essa metaexperiência é um foco básico de um tratamento psicodinamicamente orientado que ficou conhecido como terapia focada nas emoções (TFE; Greenberg, 2011).

Todas essas formas de emoções podem ser adaptativas, emoções no geral aceitáveis, que não causam problemas duradouros, ou mal-adaptativas, emoções que levam a problemas psicológicos ou interpessoais persistentes. 


Emoções instrumentais são emoções ou, mais precisamente, comportamentos associados a emoções, que servem a uma função particular. Por exemplo, uma criança pode chorar para manipular outras pessoas e induzi-las a confortá-la, escapando, assim, da punição. 


Emoções primárias são as respostas mais fundamentais a certo evento ou situação. Emoções primárias adaptativas preparam o indivíduo para uma resposta adaptativa e normalmente cedem quando a situação muda ou quando as necessidades básicas são satisfeitas. Em contrapartida, emoções primárias mal-adaptativas com frequência são atreladas a experiências traumáticas antigas e costumam não ceder tão rapidamente. 


Emoções secundárias são respostas a emoções primárias ou a cognições, e não à situação ou ao evento desencadeante. Por exemplo, um término com o namorado pode gerar tristeza (a emoção primária), e a namorada enlutada também pode experienciar raiva em relação à própria tristeza (a emoção secundária). Emoções secundárias podem servir a uma função defensiva (p. ex., ficar bravo pode proteger da experiência de uma tristeza mais vulnerável). 

Além disso, emoções secundárias podem ser ativadas em resposta a pensamentos, como quando as pessoas se sentem ansiosas em resposta a preocupações ou envergonhadas em resposta a fantasias violentas. 


Essas percepções e avaliações de experiências emocionais foram descritas como metaexperiências das emoções (Mayer & Gaschke, 1988). Dito de outra forma, uma pessoa pode perceber uma emoção como problemática ou aversiva, o que, por sua vez, pode influenciar a maneira como ela regula seus estados emocionais. Perceber uma emoção como problemática também pode causar confusão sobre o estado emocional das pessoas e levá-las a fazer uso de estratégias de evitação para lidar com a experiência emocional confusa.


FONTE: Hofmann, Stefan G.. Emoção em Terapia: Da Ciência à Prática (Portuguese Edition) (pp. 18-19). Artmed. Edição do Kindle.

 


Tatiana Auler


Psicóloga


CRP 05/56969

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