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Foto do escritorTatiana Auler

Relacionamentos abusivos: de quem é a responsabilidade?


Uma pessoa me pediu para falar sobre o seguinte tema: Relacionamento abusivo e o jogo de culpa que sustenta a relação.

Posso começar falando que abusador e abusado estão dependentes emocionalmente um do outro, pois, provavelmente, não vivem uma relação saudável entre si e com eles mesmos. Ambos são responsáveis por continuarem vivendo essa relação: a responsabilidade por escolherem se manter em algo que "não faz bem". Coloco "não faz bem" entre aspas, porque, em toda e qualquer situação na qual se escolhe viver, tem um ganho. A pessoa só precisa descobrir qual é o ganho e se compensa continuar vivendo a relação.


Poderia dar ênfase à figura do abusador ou à figura do abusado, porque ambos não estão em pleno equilíbrio. A pessoa que se permite ser abusada por se sentir culpada precisa entender que culpa é essa; se essa culpa foi construída nessa relação ou se já vem de relacionamentos anteriores.

Já o abusador, podemos até colocá-lo com a característica do arrogante: quero tudo do meu jeito! A reflexão que o abusador poderia fazer seria sobre suas faltas: se, em algum momento da vida, sentiu falta de acolhimento, apoio, diálogo; foi mimado, faltando ser construída a sensação de competência em fazer por si; se sentiu excluído...

Para ambos: busquem, em suas reflexões, entender como se sentiam em relação ao seu pai e/ou a sua mãe. Provavelmente, são questões cuja origem está na infância.

O relacionamento atual pode ser uma transferência de relacionamentos anteriores. Vive-se o hoje com a pessoa "X", mas, na realidade, está, inconscientemente, se relacionando com a pessoa "Y" e tentando curar aquela relação anterior por meio da relação atual.

Resumindo, ambos precisam de um processo de autoconhecimento para sair dessa dependência mútua.

Dicas da Tati:

Vamos começar! Papel e caneta na mão.

> Para o que se sente Abusado. Reflita sobre essas perguntas:

- O que essa pessoa fez ou faz por mim que me sinto sempre em dívida?

- Em qual momento em minha vida achei que tinha que fazer mais pelo outro do que por mim mesmo?

- O que ganho ou quero receber quando me coloco disponível para fazer pelo outro mais do que me disponibilizo a fazer por mim?

- O que posso mudar para que a relação equilibre?

> Para o abusador. Reflita sobre essas perguntas:

- Por que acho que tenho que receber mais do que fazer por essa pessoa?

- Em qual momento de minha vida me senti injustiçado e, por isso, quero que o outro faça por mim?

- O que acho que faço ou fiz por essa pessoa que ela me deve e, por isso, cobro?

- O que me faz depender dessa pessoa a ponto de não conseguir fazer por mim e querer que ela faça?

- O que posso mudar para que a relação equilibre?

Para aprofundar e entender melhor porque ambos se colocam nesse lugar, é necessário um processo de autoconhecimento.


Tatiana Auler

Terapeuta

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