Não sei se com você também é assim, mas muitas vezes me “peguei” fazendo mais pelo o outro, do que por mim mesma. Quando identifico que uma pessoa que está ao meu lado está precisando de ajuda, logo me prontifico a “pegar” os recursos que tenho disponível para ajudá-la. Aparentemente, parece uma boa ação, mas quando será que começa a ser prejudicial para o outro e para nós mesmos?
A generosidade é uma das ações que mais geram sensação de bem-estar. Quando somos generosos com o outro, nos sentimos bem em fazer o bem. Mas qual seria o limite da generosidade? É uma linha tênue entre oferecer ajuda sem que o outro peça, e ajudar a partir do pedido do outro.
Quando fazemos pelo outro, também estamos fazendo por nós mesmos. Não existe uma ação unilateral. Nos sentimos potentes, seguros, com uma boa autoestima quando ajudamos uma outra pessoa. Agora, dependendo de quem seja essa outra pessoa, podemos nos sentir abusados por constantes pedidos de ajuda. Ou podemos ser nós mesmos o próprio abusador do excesso de ajuda, tirando a potência do outro em conseguir fazer por ele mesmo.
Encontrar o equilíbrio entre ajudar e dizer não é essencial até para manter o vínculo saudável. Ter a sensibilidade de perceber os limites da generosidade pode ser mais benéfico para a relação do que ajudar e oferecer ajuda sem limites. Dizer não para o outro pode ajudar essa pessoa a enxergar que ela é capaz de fazer por si mesma quando não tem ninguém para fazer por ela. Por outro lado, também é benéfico para nós mesmos quando dizemos não e o outro continua ao nosso lado, nos amando e caminhando juntos. Pois pode ser que você não consiga dizer não a uma ajuda que o outro te peça, por medo de se sentir rejeitado, por achar que só será amado se estiver sempre pronto para atender o desejo do outro.
Quais são os limites da generosidade para você? Pense sobre isso!
Tatiana Auler
Psicóloga
CRP 05/56969
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