top of page
Foto do escritorTatiana Auler

Por que é tão difícil validar a dor do outro?

Atualizado: 9 de dez. de 2019

Quando refletimos sobre a palavra DOR, podemos compreendê-la como uma dor emocional e/ou física. A dor pode ser emocional e não física, mas quando se tem uma dor física, ela está automaticamente provocando uma dor emocional.


Você já reparou que quando você fala sobre a sua dor para o outro, o outro, em vez de ouvir e acolhê-la, fala sobre a dor dele?! E que provavelmente você faz o mesmo?! Vira uma competição de dores. Isso acontece porque é da natureza humana ter a necessidade de se sentir acolhido em sua dor. O problema é que quando você fala sobre a sua dor, e o outro sobre a dele, ninguém acolhe ninguém. Apenas falam sobre si.


Mas tem o outro lado dessa história... a forma que temos para criar empatia em relação à dor do outro é "visitando" experiências internas nossas na tentativa de encontrar uma dor similar para compreender intrinsicamente o que o outro está tentando dizer sobre a própria dor.


Essa seria uma boa alternativa. O problema está na comunicação. É pertinente e natural trazermos dores similares para dar sentido à dor do outro, contanto que fiquemos na história do outro e não na nossa.


Existem também os casos em que não encontramos referências internas para a dor de que o outro fala. Nesse caso, pode ser que quando você fale sobre a sua dor e o outro não tenha referência interna para compreendê-la e gerar empatia, ele desqualifique-a.


Ainda temos a possibilidade de o outro não suportar falar sobre dores. De uma maneira em geral, pessoas que não lidam bem com situações desconfortáveis na vida, com as próprias dores, não suportam falar sobre elas e nem ouvir a dor do outro, porque não conseguem fazer contato, em primeiro lugar, com a própria dor. Preferem se manter em negação. Sofrem e negam que a dor existe.


O melhor seria se não sofrêssemos tanto, mas infelizmente é inevitável. Sendo assim, sugiro que equilibremos a nossa escuta para acolher o outro quando ele falar sobre a própria dor e que procuremos pessoas capazes de acolher a nossa dor.


Tatiana Auler

Psicóloga

CRP 05/56969




94 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page