A primeira questão que desejo abordar aqui com você, é sobre a confiança que deve ter em si mesmo. Quando pensamos sobre confiança, partimos da premissa que confiar é fazer aquilo que se combina, é seguir o plano, é ser fiel ao que se diz, é estar disponível para fazer o que tem que ser feito… e por aí vai! O meu questionamento é: queremos que o outro esteja 100% comprometido com aquilo que diz, mas e nós? Estamos 100% comprometidos com o que dizemos, pensamos, combinamos com o outro ou com nós mesmos?
A primeira confiança que precisamos recuperar é a confiança em si mesmo. Se você não consegue cumprir com o que prega, provavelmente irá projetar no outro o mesmo comportamento e terá dificuldade de acreditar que o outro faria diferente.
Assim, pode-se dizer que quando a pessoa é coerente em tudo o que diz e executa, ela é congruente, pois há harmonia entre as ações, pensamentos, emoções e as palavras.
Somos muito autorreferencial, quando pensamos sobre o mundo a partir de como somos e de como funcionamos. Umas das frases que mais escuto em meu consultório quando um paciente fala sobre uma atitude de outra pessoa é: “mas se fosse eu…” e em sequência a pessoa diz como teria feito no lugar da outra pessoa. Mas o que isso tem a ver com sermos desconfiados?
É fato que existem pessoas que fazem o mal, da mesma forma que fazem o bem. Mas o bem não machuca, não nos faz sofrer. Quanto maior forem as experiências traumáticas de uma pessoa em seus relacionamentos, provavelmente maior será o seu nível de desconfiança. Não confiamos no próximo por “culpa” das pessoas do passado. E o passado não aceita ser mudado e então, às vezes carregamos culpas que não fazem mais sentido para nós.
Portanto, o resgate da confiança precisa começar em nós mesmos. Quanto maior for o seu nível de comprometimento consigo e com o outro, mais você acreditará que possam existir pessoas iguais a você nesse mundo. E para que você acredite que outras pessoas são tão confiáveis como você, não misture a pessoa do presente com as do passado. Ela não precisa pagar com um julgamento dos erros que não cometeu. Pense sobre isso!
Psicóloga
Tatiana Auler
CRP 05/56969
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