Em uma situação comum, onde temos que fazer uma escolha, consultamos os nossos
conselheiros interior: o anjinho e o diabinho. O anjinho é a nossa consciência do bem! Tenta nos convencer a escolher fazer o que é melhor para a gente, e que irá gerar melhores resultados no futuro. O diabinho é o nosso autoboicote, tenta nos convencer a escolher pelo prazer imediato, seja ele bom ou ruim, benéfico ou maléfico.
Por que será que na maioria das vezes o diabinho acaba vencendo?
Para começar, temos que dar o nome certo para o diabinho. Com base na terapia cognitiva, chamamos esse modelo de pensamento, de: pensamento opositor. Pensamento opositor, é aquele pensamento que se opõe ao seu pensamento consciente. É o famoso "do contra"!
Existe um motivo para o pensamento opositor existir. Quando esse pensamento acontece, ele tem a função de atender ao nosso desejo. O problema é que nem sempre aquilo que a gente deseja é a melhor escolha naquele momento. Mas o nosso diabinho (pensamento opositor) irá fazer de tudo para nos convencer que é melhor ter o prazer imediato, ainda que prejudicial, do que se esforçar um pouco mais para ter o prazer a longo prazo. É por isso que o diabinho acaba vencendo na maioria das vezes.
Para vencer o pensamento opositor, você precisará se esforçar! O impulso do desejo é muito forte e difícil de domar. Imagina uma criança em uma loja de brinquedo, gritando, chorando, porque ela está com desejo de comprar um brinquedo e não pode. Como é uma criança, o "não"/limite, acaba vindo de um adulto que irá ensinar essa criança a controlar os seus impulsos. Mas quando o desejo é do próprio adulto, não é comum existir um outro adulto dando limite. O próprio adulto terá que dizer não ao impulso do desejo (pensamento opositor).
Estou fazendo um recorte do pensamento opositor, relacionando ele a escolhas prejudiciais. Mas o pensamento opositor é muito mais amplo. Por exemplo, podemos dizer que quando nos desencorajamos, nos diminuímos, quando pensamos contra a nós mesmos, estamos tendo um pensamento opositor.
Aí vão 5 dicas para te ajudar a fazer boa escolhas:
1. Identifique qual é a situação e o seu objetivo final
2. Pense sobre qual seria a melhor escolha a se fazer naquele momento e qual a pior escolha. Coloque na balança.
3. "Escute" o seu desejo (o que você GOSTARIA de fazer) e a sua consciência (o que precisa ser feito)
4. Pondere! Se pergunte: é mais sábio que eu escolha pelo meu desejo ou pela minha consciência?
5. Faça a sua escolha e se pergunte: me sinto bem fazendo essa escolha?
Fique atento a esse modelo de pensamento! Pode ser que ele esteja norteando as suas escolhas mais do que você percebe. Dê mais atenção ao seu anjinho do que ao seu diabinho. Evite que o diabinho vença!
Psicóloga
Tatiana Auler
CRP 05/56969
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