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Me preparando para a morte



Morte, palavra pesada e cheia de dor. Perder algo já é muito difícil; perder alguém é realmente muito assustador. Uma vez escutei de uma pessoa: "Para morrer, basta estar vivo". E é verdade! A partir do momento em que nascemos, estamos destinados a morrer. Há quem diga que jamais viveria uma vida eterna, há quem diga que viveria para sempre. Sendo um ou o outro, a verdade é que todos nós vamos partir um dia.


Tento olhar para a morte como algo que faz parte da vida. Dentro da ideia da morte, existe muito simbolismo e o que mais me agrada é a ideia da morte como fechamento de um ciclo. Quantas coisas devemos deixar ir em nossas vidas?


A natureza é muito sábia: tudo morre um dia para poder nascer algo novo. O que nos diferencia na maneira de lidar com a morte dos outros seres vivos é que somos seres racionais, detentores de apegos e limitados de aceitação desse processo natural que está implícito para todos.


Se a morte é real e é impossível negá-la, como se preparar para ela? Falar de morte é falar de perda. Aceitar a perda é o caminho mais saudável para vencer essa dor, mas quem disse que é fácil?! É natural que tentemos fazer diversas interpretações na busca de aceitar a perda de um ente querido. Primeiro questionamos, negamos, brigamos, depois passamos a chorar e a pensar se poderíamos ter feito algo para evitar a morte daquela pessoa, e somente assim, se todas as fases do luto "derem certo", conseguimos aceitar.


Se preparar para a morte não é sinônimo de evitar a dor. A dor fatalmente existirá. É a consciência sobre o ciclo da vida que vai fazer com que essa dor não seja arrastada com muita intensidade, durante muito tempo.


Comecei a me deparar com a morte muito cedo. Com 16 anos, perdi meu pai, com 17, meu avô, com 18, meu tio, com 25, minha tia, com 27, minha avó… Depois veio dindo, dinda, prima… E por aí vai…. A cada morte que vivencio, aprendo mais e mais que é impossível brigar com ela. Ela existe e ponto. O que faço é respeitar a lei do Universo, aceitando que cada pessoa parte na hora certa. Honro quem partiu, busco ficar com as partes boas que pude vivenciar ao lado dessa pessoa, todo o aprendizado que ela me deu e agradeço, apenas agradeço por ela ter feito parte da minha vida pelo tempo que pôde. Compartilho com você a minha experiência com a morte, não para que ela seja certa ou errada na maneira que escolhi lidar, e sim, para estar ao seu lado em um momento de dor, compartilhando os meus sentimentos e lhe contando o que me ajuda a sair da sensação de sofrimento em busca da aceitação.


Espero que o Universo proteja você e os seus, mas, se, por algum motivo, alguém partir, tente olhar ao máximo para essa situação, apesar de toda dor, com sabedoria.


Tatiana Auler

Psicóloga Comportamental

CRP 05/56969


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