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Foto do escritorFernanda Silva

Abrace sua subjetividade e torne-se um educador mais humano


A prática pedagógica reflexiva torna-se ponto de partida para a construção de saberes. A experiência e a vida dos professores ganham relevância e passam a fazer parte da construção do conhecimento. Segundo Antonio Nóvoa, quando o professor se encontra com a prática pedagógica e fica à vontade com ela, ele pode ser ele mesmo, pode demonstrar suas fraquezas e suas peculiaridades. Desse modo, ele traz para dentro de sua sala de aula um ser mais humano e acessível a seus alunos e, em consequência disso, os alunos ficam mais dispostos a aprender e mais sensíveis à inspiração.


Atualmente, tornou-se um grande desafio lecionar. O ambiente escolar mudou e se encontra repleto de responsabilidades. A demanda por conhecimentos pedagógicos aumenta a cada dia. É exigido do professor que ele se torne investigador do seu aluno, descubra suas preferências, formas de aprender, motivações. Além disso, o professor precisa interligar conhecimentos interdisciplinares e despertar nos discentes inspirações e senso crítico. Mas, muitas vezes, esquecemos as demandas desses professores. Para que eles possam fazer tudo que lhes é cobrado, é necessário que antes possamos oferecer condições adequadas para isto.Esse indivíduo que é professor é constituído fora e dentro dos muros das escolas. Quando ele chega à sala de aula, ele possui experiências, emoções, sentimentos, desejos e objetivos que fazem dele um ser humano. Todos os ensinamentos compartilhados perpassam pela percepção do professor e dos seus alunos, resultado de relações interpessoais que se acumulam desde a infância de cada um. Isso implica estar vivendo em uma vigília constante, pois esse ofício compete formar vidas, ou pelo menos, torná-las significativas diante de tanta diversidade social. O professor precisa identificar subjetividades e interesses para que possa fortalecer as relações sociais e as trocas afetivas. Esses laços são importantes para a formação cognitiva do aluno e a construção de sua identidade. Porém, para que isso ocorra de maneira leve e consciente, faz-se necessário que o professor tenha conhecimentos prévios sobre sua própria subjetividade. Vale ressaltar que nem sempre encontramos professores aptos e motivados a trabalhar através das subjetividades, uma vez que eles não aprenderam, em sua formação acadêmica, a pensar sobre si mesmos, sobre seus sentimentos e emoções, elementos fundamentais para a autorrealização. Um docente que possui autoconhecimento, ou seja, entendimento sobre seus pensamentos, atitudes e expectativas, lida melhor com suas habilidades e limitações. Ele aprende a conduzir de forma proveitosa seus erros e emoções; a ser um ser mais empático, uma vez que percebe no outro um reflexo de si mesmo; a ter mais compaixão e um olhar mais observador, atentando-se para ir além do “mau” comportamento do indivíduo. Dessa forma, o professor torna-se modelo humano de inspiração, pois se coloca vulnerável e acessível ao outro.


Texto: Fernanda Silva – Neuropsicopedagoga.

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