Texto de Dennis Greenberger e Christine A. Padesky
AUTORES DO LIVRO: A mente vencendo o Humor
Ao estudar a questão do que nos afasta de nosso estado natural de compaixão, identifiquei algumas formas específicas de linguagem e comunicação que acredito contribuírem para nosso comportamento violento em relação aos outros e a nós mesmos. Para designar essas formas de comunicação, utilizo a expressão “comunicação alienante da vida”. Certas formas de comunicação nos alienam de nosso estado compassivo natural.
Julgamentos moralizadores
Um tipo de comunicação alienante da vida é o uso de julgamentos moralizadores que subentendem uma natureza errada ou maligna nas pessoas que não agem em consonância com nossos valores. Tais julgamentos aparecem em frases como: “O teu problema é ser egoísta demais”, “Ela é preguiçosa", “Eles são preconceituosos”, “Isso é impróprio”. Culpa, insulto, depreciação, rotulação, crítica, comparação e diagnósticos são todos formas de julgamentos. | MARSHALL B. ROSEMBERG |
No mundo dos julgamentos, o que nos importa é QUEM “É” O QUÊ. Certa vez, o poeta sufi Rumi escreveu: “Para além das idéias de certo e errado, existe um campo. Eu me encontrarei com você lá”. No entanto, a comunicação alienante da vida nos prende num mundo de idéias sobre o certo e errado — um mundo de julgamentos, uma linguagem rica em palavras que classificam dicotomizam as pessoas e seus atos. Quando empregamos essa linguagem, julgamos os outros e seu comportamento enquanto nos preocupamos com o que é bom, mau, normal, anormal, responsável, irresponsável, inteligente, ignorante etc… Muito antes de ter chegado à idade adulta, aprendi a me comunicar de uma maneira impessoal, que não exigia que eu revelasse o que se passava dentro de mim. Quando encontrava pessoas ou comportamentos de que não gostava ou que não compreendia, reagia considerando que fossem errados. Se meus professores me determinavam uma tarefa que eu não queria fazer, eles eram “medíocres” ou estavam “exorbitando”. Se alguém me dava uma fechada no transito, minha reação era gritar “Palhaço!” quando usamos tal linguagem, pensamos e nos comunicamos em termos do que há de errado com os outros para se comportarem desta ou daquela maneira — ou, ocasionalmente, o que há de errado com nós mesmos para não compreendermos ou reagirmos do modo que gostaríamos. Nossa atenção se concentra em classificar, analisar e determinar níveis de erro, em vez de fazê-lo no que nós e os outros necessitamos e não estamos obtendo. Assim, se minha mulher deseja mais afeto do que eu estou lhe dando, ela é “carente e dependente”. Mas, se quero mais atenção do que me dá, então ela é “indiferente e insensível". Se meu colega atenta mais aos pormenores do que eu, ele é “cricri e compulsivo”. | COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA | Por outro lado, se sou eu quem presta mais atenção aos detalhes, ele é “lambão e desorganizado”. Estou convicto de que todas essas análises de outros seres humanos expressões trágicas de nossos próprios valores e necessidades. São trágicas porque, quando expressamos nossos valores e necessidades de tal forma, reforçamos a postura defensiva e a resistência a eles nas próprias pessoas cujos comportamentos nos interessam. Ou, se essas pessoas concordam em agir de acordo com nossos valores porque aceitam nossa análise de que estão erradas, é provável que o façam por medo, culpa ou vergonha.
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Estamos habituados a uma comunicação defensiva e violenta. Esse modelo de comunicação aumenta os conflitos em nossos relacionamentos. Treine uma comunicação mais gentil, procure usar palavras mais leves, uma postura menos rígida. Uma comunicação amorosa mudará a forma como você é visto pelo outro e a forma como você se relaciona com o outro.
Para complementar o texto, leia os livros: A mente vencendo o humor e Comunicação não violenta.
Indico a leitura desses dois livros para todos.
Até a próxima! Psi Tatiana Auler
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